quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um diálogo com Alba


Vários participantes puderam tecer alguns comentários, contar suas experiências e fazer algumas perguntas a Alba.

Paulo - Palermo: Chiara diz que encontro minha própria identidade fora de mim. O texto “Ressurreição de Roma” mostra que esta dinâmica é necessária. A experiência disto é uma realidade profunda e verdadeira. Quando eu perco o meu pensamento no outro, por Jesus no outro, naquele momento , “fazendo-me um”, por uma “alquimia divina” (como diz Chiara), no pensamento do outro encontro o meu pensamento. É um perder positivo, não é um perder negativo. O que acontece é que temos uma idéia própria, e Jesus em nosso meio é o amplificador dentro de mim que me faz “ouvir” e perceber que o que o outro me diz é aquilo que é também o meu pensamento, coincide com aquilo que eu penso e complementa o meu pensamento.

Alba comentou que "é assim na Escola Abba, onde somos todos especialistas e é muito mais difícil perder o próprio pensamento. Mas todos fazemos um pacto, de cortar com as próprias raízes, mas não posso deixar de falar, devo doar o que tenho - nesse momento aquilo que disse não é mais meu. No final, o texto é de Jesus em nosso meio, e sai de acordo com o meu pensamento e com o pensamento de todos.

Lidia – Nápoles: Para mim foi como voltar às origens, conhecer Deus. De repente eu revolucionei minhas categorias, e deixei minha condição de agnóstica. Ouvir Chiara me fez acreditar em algo maior entre nós, me fez ver as pessoas com um novo olhar, e fazer esta conexão entre o coração e o pensamento. Devo escolher Deus assim, como ele me escolheu. Devemos fazer em Humanidade Nova esse trabalho conjunto entre as pessoas que têm fé e as pessoas de voa vontade.

Daldegan – Brasília: Chiara falou de levar Jesus ao mundo. Entendo que só me identificando completamente com aquele Jesus Abandonado, que na cruz gritou “meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste”, e assim, perdendo tudo e “perdendo Deus”, posso fazer resplandecer no meu irmão o Jesus que há dentro dele, fazendo dele o “meu Deus” – assim ele mesmo descobrirá um Deus dentro dele, mesmo sendo até um ateu. Outra coisa que gostaria de dizer é que todos nós precisamos conhecer a humanidade de hoje, e penso que todos nós do Movimento dos Focolares, crianças, adolescentes, jovens e adultos, precisamos pensar juntos sobre isso. Mesmo nós, de Humanidade Nova, não compreendemos profundamente a humanidade hoje. Precisamos dialogar entre nós, de modo a aprender com os jovens o que eles sabem dessa humanidade, e doar a eles o que nós sabemos sobre essa mesma humanidade. Nós, de Humanidade Nova, devemos, cada vez mais, ter momentos de diálogo entre as diversas gerações do Movimento dos Focolares, inclusive com o Movimento Juvenil pela Unidade (os adolescentes) e mais além, até mesmo com as nossas crianças (Gen4).

Laurindo – São Paulo: Tenho um propósito de ser coerente todo dia, mas no trajeto do trabalho eu me aborreço com alguém, como enfrentar o homem velho que emerge, para ser portador do carisma que temos?

Alba – vejo que a minha reflexão suscitou o que desejava: perceber o que temos dentro de cada um de nós, a que ponto estamos, o que podemos dar aos outros, aquilo que descobrimos hoje e que não podíamos perceber antes... Porque Chiara, quando estava conosco, era tudo período de fundação de todas as realidades do Movimento dos Focolares. Agora nós e que temos que mostrar quem é o “focolarino” para o mundo – através de nossa vida, coerente com o Ideal, é que o mundo entenderá o que é o Movimento dos Focolares, assim como através de um franciscano autêntico se conhece o carisma de São Francisco.

Pelas perguntas percebo que devemos nos formar mais profundamente, devemos refletir juntos, por amor à humanidade; devemos estudar e conversar, e à luz de Jesus em nosso meio, fazer amadurecer o pensamento. Agora falando do ponto de vista da sabedoria, quando fazemos um encontro, uma “jornada”, não contamos só os fatos, a Vida. Devemos tirar uma conclusão, para que as pessoas saibam as nossas motivações – assim, juntamente com elas, até nós ficaremos mais convictos do nosso Ideal.

Eu também não gosto de falar muito, mas faço-o por amor. Quanto mais faço por amor, mais sou convencida do amor, do Ideal. Quando caímos, é normal, mas nós reagimos e recomeçamos - é um exercício contínuo. O importante é darmo-nos conta de nossa reação, e assim Jesus viverá entre nós. Apesar das nossas misérias, recomeçamos juntos; é esse o nosso segredo. Não sei como seria se não pudesse recomeçar. E ter consciência de que muitos vivem este ideal, graças a esta comunhão e a este amor, nos faz um povo, e nos ajuda a formar essa nova cultura, essa nova corrente de pensamento.

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