Segundo ele, enquanto os conceitos de igualdade e liberdade foram incorporados como elementos políticos, e assumidos institucionalmente, a partir da Revolução Francesa de 1789, a fraternidade teve outro destino. Ela ganhou conotação religiosa e assistencialista e, em muitos casos, é equiparada à solidariedade.
Por isso, uma reflexão sobre o conceito torna-se pertinente e necessária. “Afinal, a ideia de fraternidade é anterior à Revolução Francesa. Está presente em civilizações até mesmo anteriores à hebraico-cristã”. Apenas em 1789 o conceito é evidenciado, sendo colocado no mesmo nível da igualdade e da liberdade. “Essa tríade se tornou a luz na escuridão de um complexo sistema de relações”.
Mesmo assim “a tríade motora da Revolução Francesa continua sendo um desafio à reflexão política”. Os estudos que atualmente são desenvolvidos sobre a fraternidade podem determinar o papel que o elemento teve na construção da identidade dos povos e, também, como cada nação o interpreta. “É necessário conhecer a fraternidade a partir de diferentes pontos de vista. Ninguém pode definir o que seja fraternidade sozinho. E, para entendê-la, é preciso vivenciá-la.”
Mais informações sobre a conferência:A Fraternidade como categoria civil e política